quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os Infernos - Terceira Parte


O Tártaro propriamente dito vinha depois do Inferno dos maus: era a prisão dos deuses. Cercado de um tríplice muro de bronze, sustentava os vastos fundamentos de terra e dos mares. A sua profundidade era bem afastada do céu. Era aí que estavam encerrados os Titãs, os Gigantes e os deuses antigos expulsos do Olimpo pelos deuses que reinavam vitoriosamente, era lá também que estava o palácio do rei dos Infernos.
Os Campos Elíseos eram a morada feliz das almas vitoriosas, reinava aí uma eterna primavera, a terra sempre alegre cobria-se incessantemente de verdura, de folhagem, de flores e frutos. Á sombra dos bosques embalsamados, das moitas de roseiras e de mirtos, alegrados pelo canto e pelo gorjeio das aves, regados pelas águas do Letes, correndo em doce murmúrio, as almas afortunadas gozavam o mais delicioso repouso, uma perpétua mocidade, sem sobressaltos e sem dor. Deitados sobre leitos de asfodelo, planta de pálida folhagem, ou molemente reclinados sobre a fresca relva, os heróis contavam mutuamente as suas empresas ou ouviam poetas que celebravam os seus nomes em versos de uma encantadora harmonia. Nos Campos Elíseos finalmente estavam reunidos todos os encantos e prazeres, assim como no Inferno dos maus estavam reunidas todas as espécies de tormentos.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin


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